Esta obra traz à baila uma discussão transversal de suma importância, que coloca em cena a temática da acessibilidade de modo sério e responsável. É evidente o cotejamento com a perspectiva do pensamento acessível, tensionada com o campo das artes cênicas e suas interfaces, em especial educação, cinema, arquitetura e dança.
Ressaltam-se os valores de autonomia e independência; a aceitação e a compreensão das diferentes; o discurso poético e a reabilitação; políticas de inclusão e de ações afirmativas; e os usos dos espaços públicos.
Mais do que problematizar, este livro sugere e propõe pensamentos, atitudes, metodologias e ações que podem contribuir para difusão do conceito de acessibilidade e sua aplicação, dentro e fora do espaço acadêmico, para pessoas com ou sem deficiência.
Flavi Ferreira Lisboa Filho
Pró-reitor de Extensão
Universidade Federal de Santa Maria
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Buscando a redução das desigualdades sociais, a Universidade Federal de Santa Maria implementa políticas de ações afirmativas no Ensino Superior, pautadas em valores como respeito à identidade e à diversidade. Com isso, atende seu compromisso social, trazendo avanços nas políticas de ingresso e de acompanhamento aos estudantes.
Sendo assim, no ano de 2015, fortalecendo essas ações afirmativas, é criada a Coordenadoria de Ações Educacionais (Caed), a qual visa reduzir possíveis diferenças causadas por questões étnico-raciais, sociais e de deficiência. Esta última requer um olhar muito especial e atento de todos, uma vez que exige a percepção do diferente e a aceitação de um grupo que, até bem pouco tempo, não era representado.
A importância de incluí-los em ações institucionais, não somente voltadas às áreas eleitas, mas também em realizações culturais, é de significativa importância para o sistema social e educacional. A UFSM está cumprindo seu papel, tendo realizado o I Simpósio Pensamento Acessível – Cena Aberta, promovendo uma ação participativa, formadora e emancipadora dos sujeitos, fomentando ações que orientem o docente e da mesma forma auxiliem o estudante na permanência na instituição.
O Simpósio traz, em seu nome, a chave para a mudança – o pensamento. O pensamento como catalisador de mudanças atitudinais, muitas vezes mais importantes do que simples barreiras físicas, pensamento que se transforma em ações do dia a dia, em “viver” o outro com suas necessidades, com suas experiências, com seu conhecimento, e não apenas em “conviver” em um mesmo espaço. A mudança do pensamento é uma maneira de vencer estereótipos impostos por um sistema excludente, que traz em seu bojo diversas formas de preconceitos estabelecidos. Nesse sentido, não só precisamos, mas necessitamos ter o PENSAMENTO ACESSÍVEL.
As organizadoras deste livro, gerado no referido Simpósio, foram muito felizes em compilar os temas debatidos, chamando a atenção para uma temática que deve permear a academia em todos os níveis, procurando evitar a pior das deficiências, que é a deficiência de pensamento.
Prof.ª Dra. Martha Bohrer Adaime
Pró-reitora de Graduação
Universidade Federal de Santa Maria