O governo Getúlio Vargas, no contexto do Estado Novo, isto é, entre os anos de 1937 e 1945, imprimiu novas feições à política migratória brasileira. Fundamentado em ideologias nacionalistas, Vargas restringiu a vinda de imigrantes de outros países e estimulou o deslocamento de trabalhadores nacionais para a ocupação do território brasileiro. O temor de invasões internacionais, questão importante no contexto da Segunda Guerra Mundial, impunha a necessidade de defender os interesses nacionais com a ocupação dos ditos espaços vazios, antes de uma possível invasão estrangeira. A política ficou conhecida como Marcha para Oeste e acenava para a expansão econômica, ocupação territorial e defesa nacional.

O livro Campesinato e Marcha para Oeste, organizado por Joel Orlando Bevilaqua Marin e Delma Pessanha Neves, toma como objeto de estudo os processos inerentes ao Programa Marcha para o Oeste. Os 17 artigos que compõem o título adotam diferentes referenciais teóricos e procedimentos metodológicos a partir de diferentes contextos históricos, acadêmicos, sociais e espaciais. As experiências registradas na coletânea permitem tomadas de posição no sentido da construção de limites aos interesses capitalistas de destruição de biodiversidades e sacrifício de populações locais, como povos indígenas e camponeses.

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Delma Pessanha Neves é antropóloga e professora do Programa de Pós-graduação em Antropologia da Universidade Federal Fluminense. Joel Orlando Bevilaqua Marin é doutor em sociologia e professor dos programas de pós-graduação em Extensão Rural da UFSM e em Agronegócio da Universidade Federal de Goiás.

Campesinato e Marcha para Oeste foi recentemente disponibilizado pela Editora UFSM. Seu lançamento se deu na 59ª Feira do Livro de Porto Alegre, ocorrida na primeira metade de novembro deste ano. A obra está disponível para aquisição na Livraria da UFSM, no campus da Universidade ou pelo nosso site através deste link.