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Entrevista com a professora Luciane Sanchotene

Com o advento da pandemia da covid-19, muitos profissionais precisaram se reinventar. Para os trabalhadores da Educação, uma das medidas para amenizar os danos do distanciamento social foi a promoção de cursos que pudessem aproximar as pessoas. O Núcleo de Estudos em Medidas e Avaliação dos Exercícios Físicos e Saúde da UFSM (NEMAEFS) é um exemplo da realização desse tipo de iniciativa, tendo ministrado, na época, cursos relacionados à avaliação, à prescrição e ao planejamento de exercícios físicos para os dias difíceis de reclusão da pandemia. 

Dois anos após o ápice da covid-19, a professora Luciane Sanchotene, juntamente com os professores Juliane Berria, Daniel Pozzobon, Andressa Ferreira da Silva, Darcieli Lima Ramos e Leandro Lima Borges, organizaram o material ministrado nesses cursos em um livro, chamado “Avaliação e Prescrição de Exercícios Físicos: uma abordagem interdisciplinar para a saúde e  qualidade de vida”. A obra foi lançada em 2023 pela Editora UFSM. 

Considerando que esse livro representa um material importante para diversas áreas da Saúde, bem como uma iniciativa que vale ser ressaltada, realizamos uma entrevista exclusiva com Luciane Sanchotene, professora e coordenadora do NEMAEFS. Conversamos sobre sua trajetória acadêmica, o processo de construção do livro junto com outros professores, e os possíveis impactos da obra. Segue abaixo, na íntegra, a entrevista. 

  1. Conte um pouco sobre sua trajetória, suas produções e sua linha de pesquisa atual. 

Sou formada em Educação Física - Licenciatura Plena, curso que não existe mais, e especialista em aprendizagem motora, com mestrado em Cineantropometria e doutorado em Ciência do Movimento Humano, tudo pela UFSM. Fui docente da rede municipal, estadual e particular de ensino de Santa Maria, na Educação Básica, e atuei, no Ensino Superior, na URCAMP (Centro Universitário da Região da Campanha) e FACINTER (Faculdade Internacional de Curitiba). Sou docente da UFSM desde 2005 e titular desde 2021. Já fui chefe do Departamento de Desportos Coletivos e coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Educação Física. Atualmente sou coordenadora do curso de Licenciatura em Educação Física, tutora e preceptora da Residência Multiprofissional em Saúde da Família do CCS, professora de Políticas Públicas em Saúde da Residência CCS e coordenadora do NEMAEFS desde 2001, grupo multiprofissional certificado pelo CNPq, que conta hoje com 112 membros e com diversos programas e projetos derivados dessa célula base, com enfoque em ensino, pesquisa e extensão. Temos mais de 14 obras publicadas derivadas desses trabalhos, e pretendemos, até 2028, focar nas produções relacionadas a exercícios físicos e saúde, com acadêmicos e profissionais da área. Por muito tempo escrevi sobre esporte de alto nível e habilidades atléticas, mas, desde 2014, nosso foco de pesquisa, ensino e extensão é o exercício físico e a saúde, com ênfase nas comunidades pouco privilegiadas.

  1. Como foi, para você, produzir um livro que teve como base cursos ministrados durante a pandemia da covid-19? 

A pandemia foi um alerta para a importância do exercício físico, já que, infelizmente, uma outra pandemia que permanece forte em nosso planeta, a obesidade, já não havia nos dado o sinal preocupante do que o sedentarismo e os maus hábitos podem trazer para as nossas vidas. Tentamos lutar com as armas que tínhamos, aulas on-line, cartilhas e materiais de apoio divulgados pelas mídias sociais e cursos virtuais. Dessa forma, montamos a obra, lançada nas feiras do livro de Santa Maria e Porto Alegre. Somos muito gratos pelo apoio que recebemos da Pró-Reitoria de Extensão e Editora UFSM.

  1. Como você acha que seu livro pode impactar na formação de discentes dos cursos de Educação Física e Fisioterapia?

Essas obras produzidas em situações adversas, como foi o caso da pandemia, mostram-nos que precisamos ser resistência e superar as dificuldades com inteligência e proatividade. Penso que os acadêmicos se inspiram em docentes e grupos que mostram seu valor justamente no momento em que muitos se encolhem, se apequenam, e que lutar pela profissão é muito mais do que notas no panorama federal de cursos.

  1. Conte-nos um pouco sobre a importância dos exercícios físicos nos dias atuais e sobre o papel do Núcleo de Estudos em Medidas e Avaliação dos Exercícios Físicos e Saúde (NEMAEFS) na promoção dessa prática?

O NEMAEFS é um núcleo preocupado com a relação do exercício físico com a saúde pública e, principalmente, com a interação entre teoria e prática e ensino, pesquisa e extensão. Procuramos trabalhar de forma multiprofissional e interdisciplinar, de maneira que acadêmicos e profissionais da área da saúde interajam para criar subsídios verdadeiros de apoio à comunidade, aproximando-a da universidade e vice-versa, e realizem reflexões pertinentes às demandas atuais, sempre com autoavaliações sobre nossa função profissional e social. Os exercícios físicos sempre foram e continuarão a ser a base da saúde física e mental da população. Podem e devem servir de prevenção de doenças, manutenção da saúde e reabilitação. A intensidade, o volume e as características desses exercícios devem ser orientados por profissionais da Educação Física, com a interação com outros profissionais da área da saúde.

  1. Existem projetos futuros em andamento? Se sim, o que os leitores e a comunidade acadêmica podem esperar deles? 

Submetemos um livro, em 2023, à Editora UFSM, e estamos aguardando a sua publicação. A temática dessa obra é a flexibilidade e a importância dessa variável para a saúde e o alto rendimento físico do ser humano. Também submetemos um livro sobre avaliação e prescrição de exercícios físicos em situação de campo, em 2024, onde os sujeitos estão longe de instrumentos e equipamentos altamente sofisticados e precisam ser avaliados de maneira científica e fidedigna, a exemplo de clubes, centros comunitários, Unidades Básicas de Saúde etc. É uma obra para preparar adequadamente os acadêmicos e profissionais do movimento humano para lidar com poucos recursos financeiros e ter uma grande carreira profissional, ajudando muitas pessoas que precisam se beneficiar dos exercícios físicos. Estamos preparando, para 2025, um segundo volume dessa obra, com avaliação e prescrição de exercícios físicos para públicos especiais, no qual se abordará a saúde da mulher, do idoso, da criança e de pessoas com doenças crônicas. Para 2026, estamos preparando uma obra que trará exercícios físicos para pessoas com disfunções musculoesqueléticas, que seja escrita em uma linguagem simples, objetiva e direta, para que possamos interagir cada vez mais com outros profissionais da área da saúde e facilitar a comunicação na nossa interação com a comunidade. 

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Entrevista com Kívia Linhares, autora do livro Efeitos adversos tardios da radioterapia de cabeça e pescoço

O câncer atinge cada vez mais pessoas e, em razão disso, a aplicação da terapia antineoplásica, mais especificamente, da radioterapia, cresce na mesma medida. É nesse contexto de uma nova realidade epidemiológica que o livro Efeitos adversos tardios da radioterapia de cabeça e pescoço foi escrito. A obra, publicada em 2021 pela Editora UFSM, provém da união entre as autoras Kívia Linhares Ferrazzo, Gabriela Barbieri Ortigara, Laura Isabel Lampert Bonzanini e Riéli Elis Schulz, que juntas elaboraram um livro que serve como material de estudo e análise. 

Ao longo da obra, as autoras dissertaram acerca dos efeitos a médio e longo prazo da radioterapia, bem como discorreram sobre as complicações comuns a essa árdua etapa de tratamento. 

Considerando que o livro contém um compilado de informações extremamente importantes para a comunidade, resolvemos realizar uma entrevista com uma de suas autoras. Kívia Linhares Ferrazzo possui formação em Odontologia e se especializou em patologia bucal. Hoje, atua no Departamento de Patologia da Universidade Federal de Santa Maria. Conversamos com ela sobre a relevância de sua obra, as medidas de prevenção contra o câncer de cabeça e pescoço e os seus projetos futuros. Segue abaixo, na íntegra, a entrevista. 

  1. Conte um pouco sobre sua trajetória, produções e linha de pesquisa atual.

Como docente na UFSM, atuo no ensino, pesquisa e extensão em relação à Patologia Bucal, tratando de temas que envolvem as doenças do complexo maxilofacial e as manifestações bucais de doenças sistêmicas.

 

  1. Como a área da Odontologia e seus profissionais se relacionam com a prevenção e tratamento do câncer de cabeça e pescoço?

Quando se fala em prevenção do câncer de cabeça e pescoço, as melhores estratégias são o diagnóstico precoce e a redução de exposição aos fatores de risco. O cirurgião-dentista tem um papel fundamental no diagnóstico e acompanhamento de lesões potencialmente malignas da boca, bem como no diagnóstico dessas lesões malignas, além de fazer parte das equipes multidisciplinares que tratam desses pacientes.

 

  1. Conte sobre a experiência de elaborar um livro elucidativo que contribui com a disseminação de informações sobre um tema tão delicado e importante?

Foi um processo que exigiu muito trabalho e dedicação de todas nós, autoras desse livro, pois a elaboração do texto veio como consequência do vasto material que foi produzido durante a execução de um grande projeto de pesquisa envolvendo essa população de sobreviventes do câncer de cabeça e pescoço. Apesar de todo o trabalho executado ao longo de aproximadamente cinco anos, é gratificante ver que o livro tem sido uma fonte de consulta útil para aqueles que trabalham nessa área.

 

  1. Explique a relevância da sua obra diante da epidemiologia do câncer de cabeça e pescoço.

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), para cada ano do triênio de 2023 a 2025, serão estimados 22.890 novos casos de câncer de boca, orofaringe e laringe. Considerando que a maioria dos pacientes (infelizmente) ainda recebe o diagnóstico do câncer de cabeça e pescoço com a doença já nos estágios avançados, e que esses pacientes estão sujeitos a tratamentos que causam muitos efeitos adversos, muitos dos sobreviventes desse tipo de câncer convivem com os efeitos tardios do tratamento oncológico. Nesse sentido, o livro contribui trazendo informações condensadas e atuais sobre esses efeitos adversos tardios e suas formas de prevenção e manejo.

 

  1. Existem projetos futuros em andamento? Se sim, o que os leitores podem esperar deles?

Estamos elaborando novos projetos com o objetivo de produzirmos conhecimento sobre formas de tratamento para os efeitos adversos tardios do tratamento oncológico de cabeça e pescoço.

 

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Entrevista com Nathália Drey Costa

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