Talvez a definição mais ampla de catálogo seja a seguinte: “memória, inventário ou lista descritiva ordenada de nomes de pessoas, objetos, documentos ou acontecimentos”. Além dessa descrição, o Dicionário do Livro (Unesp, 2008) traz outras 128 definições, das mais variadas e curiosas – catálogo de tipos, catálogo confidencial, catálogo didascálico, catálogo-inventário, catálogo de tombo etc.

No caso de uma editora, a definição que parece se adequar é a de catálogo de editor: “lista de obras que uma editora tem disponíveis para venda; catálogo comercial; catálogo de livreiro; catálogo editorial”. Para além da lista, seu suporte material e os textos apensos também veiculam uma informação, deixando transparecer, muitas vezes, a própria memória da editora.

É o caso do catálogo de 1997 da Editora da UFSM, pelo qual ficamos sabendo que a editora ainda lançava revistas e cadernos didáticos, possuía outra marca, outra sede física e outra divisão interna:

Já no catálogo de 2003, encontramos uma lista de “Futuros lançamentos” e de distribuidores (que foi aumentando ao longo do tempo), além de um cupom para pedidos, que podia ser enviado à editora caso se quisesse adquirir um livro:

Aparentemente, esse cupom para pedidos esteve presente nos catálogos e listas de preços até 2011, variando em formato e tamanho, mas sempre presente:

A propósito das formas e tamanhos, vale observar as variações do próprio catálogo e da lista de preços ao longo do tempo – em formato sanfona, livreto ou fôlder; com capa em papel mais encorpado, discreta ou com relevo ou hot stamping; miolo em papel offset, couché ou reciclato; impressão colorida, preto e branco ou 1x1. Enfim, os modelos ficavam por conta da criatividade dos designers que os preparavam, muitas vezes bolsistas.

Até chegar ao modelo atual, em que as obras estão organizadas em ordem decrescente de lançamento e sinalizadas com cores, segundo a área de conhecimento.

Outra curiosidade que não podemos deixar de reparar é na variação do preço das publicações com o passar dos anos, que não necessariamente reflete as subidas no valor do livro, mas as correções inflacionárias da própria moeda. A título de exemplo, em 2002, o livro Introdução à Geologia de Engenharia – atualmente na sua 5ª edição – estava R$ 25,00; em 2007, passou a R$ 33,00; em 2012, estava em R$ 52,50; e hoje pode ser adquirido por R$ 77,50.

E alguns catálogos tem ainda anotações à mão da equipe da editora, com revisões para o ano seguinte, preços a corrigir, livros a incluir, livros esgotados, mudança nas instruções para a compra etc., registros do tempo e marca dos que colaboraram para a editora alcançar o lugar de prestígio que ocupa hoje.

Texto: Tagiane Mai

Fotos: Melissa Peres e Greice Pettine Vestena