Hoje, 20 de novembro, comemora-se no Brasil o Dia da Consciência Negra. A data foi idealizada nos anos 70 e instituída por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares, no ano de 1694.
Zumbi foi uma das figuras mais importantes do histórico Quilombo dos Palmares, uma comunidade que abrigava negros refugiados. Autossuficiente, a localidade chegou a abrigar 30 mil pessoas.
Em artigo publicado hoje no jornal Diário de Santa Maria1, o professor da Unifra Guilherme Howes explica que um antropólogo considera Zumbi dos Palmares uma espécie de Espártaco da América e que a comunidade que protagonizou ainda é um modelo a ser seguido.
Em outro artigo publicado no jornal Diário de Santa Maria2, na revista Mix do último sábado, João Heitor Silva Macedo, professor, historiador e integrante do museu comunitário Treze de Maio, explica a importância desta data:
“O Dia da Consciência Negra põe o dedo em uma ferida aberta na história do país, pois nos põe a pensar nessa trajetória com um olhar mais crítico e reflexivo”.
Pensando na importância desta data e nas diversas questões raciais presentes no cotidiano da sociedade brasileira, a jornalista Cecília Bizerra Souza, em artigo para a revista Carta Capital3, também refletiu sobre o assunto:
“Para além da reflexão sobre a contribuição que a população negra teve e tem na construção da sociedade, da economia e da cultura brasileiras, a data serve também para lembrar que a desigualdade racial é estruturante na formação da nossa sociedade, e que o desenvolvimento de políticas de enfrentamento ao racismo e de promoção da igualdade racial são primordiais.”
A Editora UFSM dispõe de dois títulos que refletem as questões raciais. Um deles é o “Palmas” para o Quilombo: processos de territorialidade e etnicidade negra, escrito por Ana Lúcia Aguiar Melo, Cesar de David, Dilmar Luiz Lopes, Cristiano Sobroza Monteiro, José Luiz de Moura Filho, Raoni da Rosa e Rosane Aparecida Rubert.
O título do livro faz referência ao seu objeto de pesquisa, o Quilombo da Palma, localizado em Santa Maria. Além disso, também é uma metáfora reconhecendo a mobilização da comunidade para a titulação de suas terras tradicionais. “Palmas para o Quilombo” não só buscou resgatar a história de uma comunidade formada por ex-escravos, como contribuiu para uma das etapas do processo de titulação territorial dessa comunidade.
O outro livro é o Por que “raça”? Breves reflexões sobre a “questão racial” no cinema e na antropologia. A coletânea de textos organizada por Maria Catarina Chitolina Zanini objetiva compreender, por meio do cinema, de que forma determinadas estruturas de significação referentes à questão étnica e racial dialogam com a linguagem fílmica e como são recebidas e negociadas pelos espectadores.
fontes:
1http://www.clicrbs.com.br/dsm/rs/impressa/4,41,4338963,23186
2http://www.clicrbs.com.br/dsm/rs/impressa/4,1304,4334751,23167