1) Qual é a sua formação acadêmica?

R: Minha área de formação é em filosofia, em todos os níveis: graduação, mestrado, doutorado.

2) Qual é a proposta do livro Ensino de Filosofia e Currículo?

R: EFC é um livro que propõe uma nova abordagem sobre aspectos didáticos e curriculares do ensino de filosofia. Para fazer isso, o livro igualmente discute as formas de compreensão do que é a filosofia. Essa nova abordagem, entre outros aspectos, valoriza a integração da disciplina no currículo escolar. EFC foi um livro pensado e escrito tendo presente a questão do currículo escolar, especialmente do ensino médio, depois da oficialização da disciplina de Filosofia, em 2008.

3) O livro destina-se a qual público?

R: O público do livro, em primeiro lugar, são os professores de filosofia da rede escolar e os lugares de formação de professores e de planejamento curricular. Mas o livro igualmente tem tido boa recepção de um publico mais amplo, interessado em discussões sobre a natureza da filosofia, sobre ensino de filosofia para crianças, pois há um capítulo sobre isso.

4) Quando, como e por que surgiu a ideia de escrever Ensino de Filosofia e Currículo?

R: Eu me interesso por temas de ensino desde que fiz minha graduação, nos anos setenta. Tive a sorte de ter excelentes professores e orientadores na área de educação: Hilda Juchen, Moema Bernardi são dois nomes que me ocorrem, entre muitas outras pessoas que foram decisivas para que eu me interessasse não apenas por filosofia, mas pelas questões de ensino. E eu acompanhei de perto o surgimento da Faculdade Interamericana de Educação, aqui em Santa Maria, o que despertou meu interesse por questões de currículo. Da mesma forma trabalhei algum tempo no Geempa, com a professora Esther Grossi, e isso me levou a pensar também sobre o desafio da didática. Sempre escrevi um pouco sobre esses temas, e quando a disciplina de Filosofia foi oficializada no currículo brasileiro, vi a oportunidade de afinar os textos e propor o livro.

5) Como você vê o mercado editorial brasileiro na área de Ensino de Filosofia e Currículo?

R: Não posso me queixar. A primeira edição do livro está esgotada. E a segunda edição está vendendo bem. Aos poucos, mas de forma segura, pois o livro é um dos poucos que apresenta uma perspectiva que discute a disciplina em suas relações com outras disciplinas no ensino médio. Essas reflexões que o livro propõe sobre interdisciplinaridade são relativamente originais entre nós, e isso faz com que o livro progressivamente conquiste novos leitores.

 

6) Tem planos para publicar novos livros no futuro?

R: Sim. Faz poucos dias que apresentei para a Editora da UFSM os originais de um livro no qual estou apostando muito. Trata-se de um livro sobre as raízes de nossa crise curricular e pedagógica, no qual, entre outras coisas, examino as razões pelas quais a pedagogia brasileira, de certa forma, deu às costas para a pesquisa em didática, em favor de outras áreas. Estou apostando muito nesse outro livro, que visa um publico mais amplo do que o EFC.

7) O que senhor acha que a obra tem de diferente em relação a livros que tenham a mesma temática?

R: Como eu já disse, o livro faz uma abordagem original do ensino de filosofia, ao apontar a dimensão integradora que ela pode ter no currículo escolar. Esse aspecto nunca foi adequadamente destacado em outras obras. Na verdade, o livro é quase único, na bibliografia brasileira, a abordar a questão curricular do ensino de filosofia.