No ano de 2012, Reginaldo Teixeira Perez, professor associado do Departamento de Ciências Sociais da UFSM, publicou, pela Editora UFSM, o livro STF e Ideologia: entre as influências da ordem liberal-democrática e os desafios da globalização. Nele, observam-se ideias que animam o STF, seja no plano das motivações internas, seja no seu entorno.
Preparamos, para você, uma entrevista com esse autor que muito disse de esclarecedor e motivador a respeito da sua obra, confira:
1) Qual a sua formação acadêmica?
R. Sou graduado em Ciências Sociais (Licenciatura e Bacharelado), Engenharia Operacional de Produção e Direito. Em nível de pós-graduação, após concluir um curso de Especialização em Sociedade, Cultura e Política na América Latina, dediquei-me à Ciência Política (Mestrado e Doutorado).
2) Qual é a proposta do livro STF e Ideologia: Entre as influências da ordem liberal-democrática e os desafios da globalização?
R. A obra foi produzida nas fronteiras do Direito com as Ciências Sociais. O perfil acadêmico dos profissionais que a redigiram traduz essa intersecção: são cientistas políticos, sociólogos e juristas. Em síntese, tratou-se de examinar quais vetores valorativos orientam o STF – a nossa mais importante Corte Judiciária. O objetivo principal foi identificar os mais importantes radicais ideológicos que informam a Corte. Em especial, averiguaram-se valores históricos incorporados e as influências externas, que, nos dias atuais, confirmam o Direito como objeto crescentemente internacionalizado.
3) Quais os canais de divulgação que o livro atinge? O livro destina-se a qual público?
R. A princípio, é um texto acadêmico, o que implica em divulgação direcionada ao público universitário, mas penso que possa alcançar um público mais amplo. Veja-se que o STF – não obstante a sua linguagem hermética para os leigos - é hoje uma instituição conhecida por muitos; as transmissões de suas sessões plenárias pela TV e o julgamento de questões polêmicas conferiram-lhe maior visibilidade.
4) Quando, como e por que surgiu a ideia de escrever a obra STF e Ideologia: Entre as influências da ordem liberal-democrática e os desafios da globalização?
R. A obra resultou de debates acadêmicos ocorridos no curso de Especialização em Pensamento Político Brasileiro [Esse curso foi extinto com a abertura do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, em 2008]. Em específico, Júlio Canello e Luciana Penna – orientandos, respectivamente, meu e do prof. Soares – desenvolveram pesquisas relacionadas ao tema. A partir daí, incrementados os trabalhos, promovemos as mudanças necessárias (formais e substantivas) para a feitura de um livro, e produziu-se uma unidade textual. Mas é claro que o principal móbile foi a (crescente) importância política do STF no ambiente democrático brasileiro pós-Constituição de 1988.
5) Como você vê o mercado editorial brasileiro na área de STF e Ideologia: Entre as influências da ordem liberal-democrática e os desafios da globalização?
R. Vejo com otimismo; penso que seja promissor. Ademais, sobretudo na área do Direito, parece já haver um mercado fortemente estabelecido, o que projeta bom desempenho mercadológico para a nossa obra. Em face de suas características teóricas, pretende-se atualizada por longo tempo. Quanto ao seu público, há os cientistas sociais e juristas (interessados diretos da obra), mas por certo há profissionais e estudantes de outras áreas que poderão se envolver. Cito dois exemplos: historiadores e jornalistas.
6) Tem planos para publicar novos livros no futuro?
R. Sim. Estou na fase inicial de um projeto que, espero, deverá resultar na publicação de um livro sobre a revista Veja – com foco nas imagens das capas. Algo com o seguinte perfil: Construção e desconstrução de figuras públicas no Brasil democrático (1984-2014).
7) O que senhor acha que a obra tem de diferente em relação a livros que tenham a mesma temática?
R. O STF tem sido objeto de estudos na área do Direito. E, nesse caso, o olhar prevalecente é o dos juristas. No nosso livro, conciliaram-se as linguagens do Direito e das Ciências Sociais, o que resultou em procedimentos metodológicos um tanto distintos. A ênfase dada foi menos em elementos normativos e mais em ações cognitivas de recorte analítico.