No mês de setembro, a Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (PRPGP) e a Editora UFSM divulgaram oficialmente os trabalhos indicados à edição de 2023 do Prêmio Tese UFSM. A revelação do vencedor será realizada na abertura da 38ª Jornada Acadêmica Integrada (JAI), na manhã da próxima segunda-feira (23).

A programação completa do evento pode ser conferida clicando aqui. Entre os oito participantes, um será agraciado com a publicação da tese de doutorado em formato de livro, a ser editado pela Editora. À vista disso, confira abaixo os relatos dos selecionados sobre a sensação de serem finalistas da premiação.

 

Jones Luís Schaefer, representante do Centro de Ciências Tecnológicas (CT)
Tese: Framework para Diagnóstico e Gestão de Ambientes de Energy Cloud

Ser um dos finalistas representa poder difundir a pesquisa realizada, concorrendo com pares que também realizaram pesquisas de grande qualidade, e fomentar o processo científico como um todo. A tese aborda um tema inovador na área de Engenharia de Produção, buscando aproximar o que se discute tecnicamente sobre o futuro da energia com as necessidades dos consumidores. Esta tese abrange diversas áreas e mostra um perfil de futuro de como serão compostos os modelos de sistemas de energia. Então, sendo um trabalho inovador, iniciando novos rumos na pesquisa em gestão de energia, fico muito feliz em ser um dos finalistas do Prêmio.

 

Kelly Cristini Granzotto Werner, representante do Centro de Artes e Letras (CAL)
Tese: A noção de Língua na Gramática Castellana (1847), de Andrés Bello: conjuntura histórica e política

Ser uma das finalistas do Prêmio Tese UFSM de 2023, representando a área de Artes e Letras, me deixa extremamente feliz e agradecida. Significa o reconhecimento de um trabalho de pesquisa e reflexão de longo tempo, realizado no Brasil e com estágio doutoral no Chile, sobre a língua espanhola, em um período marcado pela pandemia e pela retirada da língua da matriz curricular de ensino das escolas brasileiras.

A partir da perspectiva analítica da Semântica da Enunciação, articulada à História das Ideias Linguísticas, à História e à Filosofia, a tese “A noção de língua na Gramática Castellana (1847), de Andrés Bello: conjuntura histórica e política” buscou compreender a noção de língua, sua designação e sentidos. Isso baseado na Gramática de la lengua castellana, destinada al uso de los americanos (1847), a primeira publicada na América Latina (Chile), por um gramático pouco conhecido e divulgado em nosso país, Andrés Bello, na conjuntura sócio-histórica e política da construção dos Estados nacionais latino-americanos, recém independentes.

O estudo enunciativo evidenciou a relação entre língua e nação, entre a norma e os usos. Em um gesto político linguístico marcado pelo conflito, o autor buscou levar em conta os exemplos de zelo com a norma da língua dos autores consagrados da literatura espanhola, sem, entretanto, ignorar os usos dos falantes latino-americanos, apresentando-os e analisando-os em sua gramática. Portanto, este reconhecimento ajuda a dar visibilidade a esse intelectual e à sua obra, como um instrumento linguístico entre tantos outros produzidos, na área da Linguística em nosso país e na América Latina, bem como a um trabalho que aborda uma história da produção do conhecimento linguístico a partir de uma visão descolonizada.

Por fim, agradeço à minha orientadora, profa. Eliana Rosa Sturza, da UFSM, ao meu tutor de estágio doutoral no Chile, prof. Darío Rojas, da UChile, ao Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGLETRAS), à própria UFSM, à UChile, à AUGM, ao Colégio Politécnico da UFSM e, sobretudo, à minha família. ¡Muchas gracias!

 

Joice Aline Freiberg, representante do Centro de Ciências Rurais (CCR)
Tese: Potential of Truffles in Pecan and Edible Ectomycorrhizal fungi in Forestry Plantations

Sinto-me muito feliz pelo reconhecimento da tese como finalista. É um momento de gratidão a todos que incentivaram e apoiaram a realização das pesquisas. O Prêmio representa a valorização da dedicação à ciência e uma oportunidade de transpor o conhecimento para a sociedade.

 

Mailine Gehrcke, representante do Centro de Ciências da Saúde (CCS)
Tese: Filmes de Polissacarídeos naturais para a veiculação cutânea de nanocápsulas de silibinina no tratamento da dermatite atópica

A UFSM, durante os últimos 13 anos, somando graduação, mestrado e doutorado, foi a minha segunda casa. Hoje, a sensação de estar entre os finalistas do Prêmio Tese é de gratidão por tudo que vivi e aprendi nesta instituição, e de dever cumprido, tendo a certeza de que estou no caminho certo. Sinto-me honrada por estar entre os finalistas e, especialmente, fico feliz em representar os discentes do Centro de Ciências da Saúde em uma universidade pública, na qual sempre me orgulhei de estar inserida. Esta conquista não é só minha, mas sim coletiva. Ela reflete a dedicação incessante de todos os colegas pesquisadores do Núcleo de pesquisa LabTec Nano UFSM, coordenado pela Professora Letícia Cruz, e também do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas (PPGCF).

 

Marina Bianchin, representante do Centro de Ciências Naturais e Exatas (CCNE)
Tese: Molecular and Ionized Gas Kinematics in Seyfert and QSO Hosts

Eu sou muito grata ao Programa de Pós-Graduação em Física (PGFISICA), por ter acreditado em mim, e ao CCNE, por ter escolhido a minha tese entre todos os outros programas de pós-graduação que fazem parte da unidade, que são inúmeros. Para mim, já é uma honra imensa ter sido escolhida. É muito legal ver que a Universidade se preocupa com esse tipo de reconhecimento ao trabalho que a gente desenvolve. No meu caso, um trabalho que vem desde a desde a graduação, passou pelo mestrado e, agora, pelo doutorado. Eu sou filha da UFSM. Cursei todo o ensino superior na instituição. É um reconhecimento importante.

 

Nathália Drey Costa, representante do Centro de Ciências Sociais e Humanas (CCSH)
Tese: Mediações Comunicativas do trabalho “Criativo”: novos caminhos, mapas antigos

Uma das primeiras sensações que eu tive com essa indicação, tanto por ter sido escolhida para ser representante do Programa de Pós-Graduação em Comunicação (POSCOM) quanto por ter sido selecionada como finalista pelo CCSH, foi uma profunda felicidade em relação ao reconhecimento do meu trabalho. Eu tenho muito orgulho de estar representando esse esforço que, nas Ciências Humanas, a gente dedica e muitas vezes nem é reconhecido como ciência. Para mim, carregar essa visibilidade para o nosso centro, para a importância de fazer pesquisa nas Ciências Sociais e Humanas e o reconhecimento do trabalho da minha orientadora são outros pontos da sensação que eu tive em relação a indicação.

É profunda a gratidão que tenho à orientação que eu recebi durante os anos de doutorado da professora Liliane Brignol. Foi graças ao apoio e ao suporte que eu recebi dela e do POSCOM que eu pude realizar e concluir essa pesquisa, que eu pude dar certa vazão à criatividade e pude escrever e realizar todas as etapas com confiança, apoio e criticidade. No caso, não que as etapas não tenham sido rigorosamente acompanhadas pela minha orientadora, apenas foi de uma maneira bastante humana e compreensiva.

Então, eu sinto gratidão pela orientação que eu recebi e eu sinto felicidade pelo reconhecimento do meu trabalho. Me sinto reconhecida como pesquisadora pela minha universidade, que estudo desde a graduação, e por onde também fiz o mestrado. É muito importante para a minha carreira como pesquisadora, como também para o meu desenvolvimento.

 

Carine Daiana Binsfeld, representante do Centro de Educação (CE)
Tese: O papel do coletivo na formação de professores e futuros professores: contribuições de um grupo de estudos e pesquisas

É difícil colocar em uma ou duas palavras a sensação que é participar do Prêmio Tese de 2023. Isso representa não só na minha vida, mas na vida de todos envolvidos com a pesquisa em Educação, porque eu acredito representar não só minha tese. Iniciei minha introdução com uma frase que penso representar como hoje me sinto. Ela diz o seguinte: “nada de grande se faz no mundo sem uma grande paixão” - conforme disse Mark Rubinstein.

A mulher, professora e pesquisadora que sou hoje representa muito do que vivi, e ainda vivo, desde o começo de minha trajetória formativa no curso de Pedagogia da UFSM. A Universidade me permitiu sonhar e realizar e eu tenho orgulho disso. Uma década de muito aprendizado: nos projetos, pesquisas e vivências que pude ter ao longo de minha trajetória nas diferentes frentes que me envolvi e com as pessoas que compartilhei conhecimentos e a vida, e os espaços, as vivências e as pessoas que deixaram muitas marcas. Minha tese representa um pouco disso: o quanto nos modificamos com o outro e nos espaços que nos inserimos que, com laços afetivo-cognitivos, desenvolvem uma personalidade que acredita na potência do coletivo.

Fiquei muito feliz e lisonjeada com a indicação de minha tese ao Prêmio. É uma oportunidade gratificante representar o Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE), agora como finalista. Mais ainda, uma alegria representar professores-pesquisadores em Educação que acreditam na formação coletiva e que buscam por uma transformação humana que potencialize o desenvolvimento dos sujeitos através da educação. Minha paixão pela formação de professores e minha luta por uma escola mais humana e justa representa uma paixão e luta que é também coletiva. Meu sentimento é gratidão.

 

Gabriela Luisa Schmitz, representante do CCNE na categoria Interdisciplinar
Tese: A prática como componente curricular em cursos de Licenciatura em Ciências Biológicas e em Química

Bom, é uma honraria muito grande ter a minha tese entre as finalistas. Após os ataques à pesquisa brasileira nos últimos anos, o reconhecimento que recebemos com a indicação ao Prêmio reforça a ideia de que o trabalho que resultou na tese tem potencial para contribuir com a comunidade acadêmica e com a sociedade. A sensação é de que nós, meu orientador e eu, realizamos uma pesquisa sólida, importante para o desenvolvimento da área e que está se destacando. Enfim, me sinto feliz, honrada e orgulhosa do trabalho realizado que fez com que a tese produzida tenha sido indicada a finalista do Prêmio.

 

Texto: Pedro Pereira, estudante de Comunicação Social - Jornalismo e bolsista da Editora UFSM