Um pesquisador conhecido pela excelente memória. Um professor marcado pelo pioneirismo. E um descendente de alemães que mantém viva a história de seus antepassados. Todos esses são o patrono da Feira do Livro de Santa Maria deste ano, o arquiteto e pesquisador José Antonio Brenner.

Brenner nasceu em Santa Maria, no ano de 1934, e se formou na Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em 1958. Depois disso, voltou imediatamente para Santa Maria, onde iniciou sua longa carreira profissional e como docente no Curso de Engenharia Civil, no qual ficou conhecido por ter sido o primeiro professor a lecionar no campus da recém da recém-criada Universidade Federal de Santa Maria, em março de 1962.

O professor possui notoriedade quando o assunto é a pesquisa sobre a imigração alemã, principalmente, na cidade de Santa Maria. Além das inúmeras publicações em periódicos, Brenner possui dois livros sobre o assunto, ambos publicados pela Editora UFSM. O primeiro é “Imigração Alemã: A saga dos Niederauer”, de 1995, que é uma síntese histórica sobre a imigração alemã no Rio Grande do Sul, tendo como referência a trajetória da família Niederauer, vinda da região alemã, Rheinhessen.

O segundo livro é “Os Cassel de Santa Maria: desde o Glantal”, lançado em 2010, que tem caráter histórico e genealógico, e abrange boa parte da trajetória da família Cassel, que imigrou para o Brasil nos anos 1825 e 1827. “Eu acho que é muito importante fornecer informações sobre a imigração alemã aqui no centro do estado, um tema que é negligenciado por outros autores na farta bibliografia que tem sobre esse assunto no Rio Grande do Sul”, diz Brenner sobre a representatividade de suas obras para a pesquisa da imigração alemã.

José Antonio Brenner recebeu a indicação de patrono da Feira do Livro com muita satisfação, por se tratar, segundo ele, da mais importante feira do livro do interior do estado. “O maior sentimento de ser patrono é receber o que eu considero uma homenagem de inexcedível importância. Foi com grande surpresa que eu recebi a informação da escolha”, conta Brenner.

Perguntado sobre o porquê de ele ainda não ter feito uma publicação sobre a história de sua família, Brenner confessa: “Essa é uma dívida que eu tenho com a família. Eu até comecei a trabalhar, os dados armazenados sobre minha família são enormes, existe grande quantidade, e na parte genealógica eu consegui chegar até o ano de 1540, na Alemanha. Então tem muita história a ser contada”.

No momento, Brenner trabalha no livro sobre a história do Avenida Tênis Clube, do qual é conselheiro e já foi presidente nos anos de 1969 e 1970. “Desde bebê de colo eu sou freqüentador das quadras do ATC. A minha família sempre foi muito ligada ao clube; meu pai foi campeão de tênis aqui por quase uma década; a minha prima foi campeã brasileira de tênis e eu também joguei, jogava três vezes por semana. Então o ATC é o clube do meu coração”, revela Brenner.

A intenção o professor é publicar o livro da história do ATC antes do centenário do clube, que será em 2017. Terminado esse trabalho, aí sim a ideia é partir para a elaboração do tão esperado livro sobre a história dos Brenner, desde suas origens na Alemanha, sua vinda para o centro do Rio Grande do Sul, até sua vida em Santa Maria.

 

Texto: Joelison Freitas
Foto: Bibiana Dalmolin Matzenbacher